Luciana-010.jpg
 

LUCIANA PINHEIRO

Artista plástica, terapeuta biográfica e arte educadora

Como terapeuta biográfica e pesquisadora, aprofundou-se na biografia do escritor alemão Goethe e na sua “Teoria das Cores”. Estuda e trabalha com pintura meditativa e como terapeuta em processos de desenvolvimento pessoal há mais de 25 anos. É docente em formações nas áreas da pedagogia, saúde e educação. Após dez anos de pesquisa, publica o primeiro livro em língua portuguesa sobre a vida e a obra de Hilma af Klint.

Luciana conheceu a obra de Hilma af Klint por acaso quando levava um grupo de artistas e terapeutas para percorrer o caminho dos impressionistas na França em 2008. Visitando a exposição Traces du Sacre, no Centre Pompidou de Paris, ela se deparou com alguns painéis da série Os dez maiores” de quase quarto metros de altura. Estavam dispostos ao lado das lousas de Rudolf Steiner, de obras de Kupka, Mondrian, Kandinsky e Malevich. Naquela mesma época acontecia também uma pequena mostra dos desenhos da artista no Centre Culturel Suedois chamada Hilma af Klint – Une modernité rélevée. Luciana voltou ao Brasil impactada e intrigada com o que viu. Como Artista e Terapeuta Biográfica buscou mais informações sobre Hilma e sua obra, mas naquela época não havia informações disponíveis muito além do que estava escrito no catálogo da exposição de Paris. As buscas pela internet mostravam algumas poucas linhas numa língua inteligível, o sueco. Em 2013 o Moderna Museet de Estocolmo, apresentou Hilma af Klint, a Pioneer of Abstraction, numa grande mostra que durou quase um ano. A partir dali alguns olhos se abriram e a obra de Hilma viajou por museus de Berlim, Veneza, Londres e Nova York. Em todas as ocasiões, o foco estava reduzido ao produto das telas. Segundo escritos da própria Hilma, suas imagens eram apenas molduras para o verdadeiro conteúdo espiritual que ela desejava revelar, seria preciso um olhar mais focado em seus escritos e em sua trajetória como pesquisadora espiritual do oculto.

Do Brasil, Luciana seguiu acompanhando  cada exposição com admiração e curiosidade, mas ainda com pouquíssimo material disponível. Se empenhou em estabelecer conexões que a levaram, em 2015, para Escandinávia em busca de mais elementos para sua pesquisa. Entrevistou o curador e editor de arte da Fundação Hilma af Klint, Ulf Wagner. Também conheceu de perto os ambientes onde ela viveu em Estocolmo e arredores e visitou sua exposição no museu Henie Onstad Kunstsenter em Oslo. Como a maioria das informações estava disponível em sueco ou alemão, investiu em diversas traduções de livros e artigos relevantes ao longo de 3 anos.

Em outubro de 2016 e junho de 2017 esteve em Dornach na Suiça para seguir com a outra etapa da pesquisa biográfica que envolvia sua relação com Rudolf Steiner e a sociedade Antroposófica. A partir de uma determinada época de sua vida, em meados de 1920, Hilma passou temporadas em Dornach. Desenvolveu uma nova forma de pintar e trabalhar com seus dons clarividentes a partir de indicações de Steiner ou de pessoas próximas a ele e de seus estudos de Antroposofia. Assistiu palestras e trocou correspondências com Rudolf Steiner até que ele veio a falecer em 1925.

Ao entrar em contato com o desconhecimento e as distorções nos relatos do encontro entre Hilma e Steiner, Luciana reafirmou a necessidade de sua pesquisa. Por estudar e trabalhar a partir da Antroposofia há mais de 20 anos, Luciana Pinheiro pode argumentar com bases sérias sobre algumas afirmações e conclusões feitas por quem desconhece os conteúdos e os detalhes do tema. Após anos de pesquisa, ela publica em junho de 2018 o primeiro livro brasileiro sobre a vida e a obra de Hilma af Klint, envolvendo sua iniciação e sua trajetória espiritual através da arte.